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MPSC denuncia 14 pessoas por fraudes contra idosos em créditos judiciais em cinco estados

Esquema usava empresas de fachada e aparência de legalidade para enganar aposentados.

MPSC denuncia 14 pessoas por fraudes contra idosos em créditos judiciais em cinco estados
Ministério Público/Gaeco
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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou 14 pessoas envolvidas em um esquema de estelionato contra idosos, desvendado pela Operação Entre Lobos, realizada em julho. A quadrilha atuava em vários estados brasileiros e, segundo a Promotoria de Justiça da Comarca de Modelo, cometeu mais de 200 fraudes, enganando aposentados e pensionistas em processos judiciais. Quatro dos denunciados são advogados e também vão responder por patrocínio infiel, quando o profissional age contra os interesses do próprio cliente.

A organização criminosa, conforme a denúncia, era bem estruturada, com divisão de funções e atuação em pelo menos cinco estados: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Alagoas e Ceará. O golpe consistia em convencer vítimas, principalmente idosos, a assinar contratos que transferiam seus créditos judiciais para empresas de fachada. Em troca, recebiam valores muito abaixo do que realmente tinham direito.

Operação Entre Lobos foi deflagrada Gaeco no dia 22 de julho. A operação cumpriu simultaneamente 13 mandados de prisão - oito preventivas e cinco temporárias - e 35 mandados de busca e apreensão em 12 municípios de cinco estados da Federação - Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Alagoas. Durante a operação também foram apreendidos R$ 115,7 mil, além de 6,7 mil dólares e euros, sete veículos e duas armas com 60 munições. Os oito presos preventivamente durante a operação - cinco deles advogados - permanecem detidos.

  • Como funcionava o golpe
  • →  A investigação mostrou que o grupo era dividido em cinco núcleos com funções específicas:
  • → Liderança e estratégia: coordenava o esquema e controlava o dinheiro;
  • → Financeiro: administrava pagamentos, contratos e movimentações bancárias;
  • → Jurídico: formalizava processos e dava aparência de legalidade;
  • → Empresarial: operava empresas falsas para “comprar” os créditos;
  • → Captação: abordava as vítimas, geralmente aposentados, oferecendo falsas vantagens.

A fraude seguia um roteiro, onde os agentes do grupo procuravam aposentados com a promessa de revisar contratos bancários na Justiça. Após a entrada do processo, os idosos eram induzidos a ceder os valores futuros das ações a empresas suspeitas, recebendo apenas uma pequena parte do que realmente tinham direito.

Valores irrisórios    
Para ilustrar a gravidade da exploração aos idosos, casos concretos demonstram a disparidade entre os valores liberados pela Justiça e os pagamentos efetivamente realizados às vítimas.     

Em situações analisadas, enquanto uma vítima tinha direito a receber R$ 146.327,17 determinado judicialmente, recebeu apenas R$ 2.500,00 por meio da cessão fraudulenta, representando apenas 1,71% do valor devido. Outra vítima, com direito a R$ 117.711,86, recebeu somente R$ 2.500,00, correspondendo a 2,12% do montante. Um terceiro caso revela que uma vítima com crédito judicial de R$ 115.660,20 recebeu apenas R$ 2.000,00, equivalente a 1,73% do valor que lhe era devido por direito.   

As investigações demonstraram que os contratos de cessão eram assinados em nome das empresas de fachada Ativa Precatórios, de Pinhalzinho (SC), e BrasilMais Precatórios, de Fortaleza (CE), porém os alvarás eram todos expedidos em nome do escritório de advocacia da pessoa que a investigação apontou como chefe da organização criminosa. Depois, os valores eram, em parte, transferidos para as empresas e/ou rateados entre os integrantes do grupo criminoso. 

Somando as duas empresas, o valor total adquirido pela organização criminosa e liberado pela Justiça foi de mais de R$ 6 milhões, porém os idosos explorados pelo esquema receberam menos de 10% do valor que lhes era devido por direito. 





 
 
 
FONTE/CRÉDITOS: Oeste Mais

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