Após 28 dias sem nenhum novo caso de gripe aviária confirmado em granja comercial, o Brasil se declarou livre da doença nesta quarta-feira, 18. Com o anúncio, feito pelo Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa), o governo espera que os países retirem ou flexibilizem os embargos para exportação da carne de frango.
O prazo começou a ser contado após a desinfecção da granja de Montenegro, Rio Grande do Sul, onde foi registrado o primeiro foco da doença em aves comerciais no dia 15 de maio. Antes disso, o país só havia registrado casos da doença em aves silvestres e domésticas.
Nesta quarta-feira, o governo comunicou à Organização Mundial da Saúde (OMS) e também todos os países importadores sobre estar livre da doença. Segundo o governo, 28 dias é o tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades na granja. “Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência. Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Ainda, se o país não registrar nenhum novo caso em granjas comerciais nesse período, volta a ser considerado um país livre de gripe aviária pela Organização Mundial da Saúde Animal (Omsa).
Restrições nas exportações
Considerado o maior exportador da carne no mundo, o Brasil enfrenta restrições desde a confirmação do caso na granja comercial do Rio Grande do Sul. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de frango do Brasil caíram 13% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2024. A maior parte da carne, no entanto, é consumida internamente.
Após se declarar livre da doença, cabe aos países que compram o frango brasileiro derrubarem os bloqueios ou reduzirem sua extensão, quando entenderem que devem fazê-lo.
De acordo com a última atualização do Ministério da Agricultura, feita no último dia 10 de junho, a União Europeia e outros 20 países mantinham bloqueio para todos os estados. Outros 19 restringiram apenas os produtos do Rio Grande do Sul, incluindo grandes compradores como Arábia Saudita e México.
Em outros quatro países, o bloqueio é somente para a região de Montenegro, que não é grande exportadora.
Relembre o caso no RS
O Mapa confirmou no dia 15 de maio a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais. O caso foi registrado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, sendo o primeiro foco desse tipo já confirmado no Brasil.
Desde então, Santa Catarina adotou medidas para proteger o Estado e promover segurança aos países importadores. Em uma nota técnica publicada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), em conjunto com a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), o Estado proíbiu a entrada de aves e ovos de 12 municípios do Rio Grande do Sul.
O veto se aplicou às cidades gaúchas de Cachoeirinha, Canoas, Capela Santana, Esteio, Gravataí, Montenegro, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Portão, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo.
Ainda segundo a nota, todas as cargas autorizadas a ingressar no Estado, oriundas do Rio Grande do Sul, deveriam obrigatoriamente passar por desinfecção nos Postos Fixos de Fiscalização (PFFs), sob responsabilidade do Serviço de Defesa Sanitária Animal de Santa Catarina.