
A tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, onde a barragem Córrego do Feijão se rompeu e deixou um rastro de destruição, está completando quatro anos nesta quarta-feira, dia 25.
Desde aquele dia, 267 vítimas já foram encontradas em meio ao lamaçal, todas sem vida, e ainda há três pessoas que seguem desaparecidas, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.
A última vítima encontrada foi Cristiane Antunes Campos, de 35 anos, no dia 20 de dezembro do ano passado. Ela era natural de Belo Horizonte (MG) e trabalhava como supervisora de mina.
A lama tomou conta da região da Mina Córrego do Feijão, dificultando o acesso e também as buscas por pessoas desaparecidas. Diante deste cenário, os bombeiros e pessoas de todo o país passaram a trabalhar dia e noite para localizar as vítimas.
Este foi o maior acidente de trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior desastre industrial do século.
Vítimas que seguem desaparecidas
• Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, passava as férias com a família em uma pousada de Brumadinho, que foi soterrada. Os dois enteados, a nora e o marido dela morreram.
• Nathalia de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, era estagiária na Vale.
• Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, trabalhava na mina de Sarzedo e foi transferido para Brumadinho cerca de 20 dias antes do rompimento da barragem.
Auxílio de socorristas catarinenses
A equipe dos bombeiros militares de Santa Catarina esteve em Brumadinho para auxiliar nas buscas pelas pessoas desaparecidas, mobilizando equipes de Força-Tarefa e também os binômios – dupla entre bombeiros e cão farejador.
Foram mais de 50 dias de suporte nos trabalhos, com 43 socorristas, de 14 batalhões catarinenses, que se revezaram em equipes de força-tarefa. Além disso, foram empregados sete binômios, três drones com pilotos, quatro viaturas de busca, um caminhão de ajuda humanitária e um ônibus.
Durante as semanas de buscas, os militares catarinenses realizaram mapeamentos das áreas, criaram estratégias para a busca de vítimas, aplicando os conhecimentos desenvolvidos em Santa Catarina.
Além disso, o CBMSC também realizou desmanches manuais e hidráulicos, escorvas – procedimento de retirada de água ou lama, para facilitar o trabalho ou acesso ao local afetado, além da identificação de documentos.

Punição
Conforme o g1, nesta terça-feira, dia 24, a Justiça Federal aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra 16 pessoas e as empresas Vale e Tüv Süd pelo rompimento da barragem.
Os envolvidos foram denunciados por homicídio qualificado, além de crimes contra a fauna e flora e de poluição.
As investigações concluíram que a realização de perfurações verticais foi o gatilho para a liquefação que provocou o rompimento da estrutura, que já estava frágil, no dia 25 de janeiro de 2019.
Apesar de ter conhecimento dos problemas da barragem, a consultora Tüv Süd emitiu Declarações de Condição de Estabilidade que permitiram que a estrutura continuasse funcionando mesmo com fator de segurança abaixo do recomendado por padrões internacionais. A mineradora sabia da situação e apresentou os documentos às autoridades.


