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Tecnologias ajudam a aproveitar melhor os fertilizantes; Mercado de orgânicos cresce 12% em 2021

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Tecnologias ajudam a aproveitar melhor os fertilizantes; Mercado de orgânicos cresce 12% em 2021
Agência Brasil
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Com os preços dos fertilizantes aumentando, o produtor brasileiro só tem a ganhar se colocar em pauta no seu planejamento, aproveitar melhor os adubos fosfatados. De acordo com a empresa Wirstchat, há oportunidades de desenvolvimento e inovação com produtos diferenciados, incorporando tecnologias avançadas como “coating”.

Nesse contexto, o fósforo é um dos nutrientes que as plantas precisam para pleno desenvolvimento. Ele é insubstituível, e, por esse motivo, lavouras deficientes não conseguem expressar seu potencial máximo, resultando em baixa produção. “Os solos brasileiros têm níveis muito baixos de fósforo devido ao material de origem (rochas) e à forte interação dele com as argilas presentes neles”, explica Roberto Reis, doutor em nutrição de plantas na empresa.
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Isso porque, devido à alta necessidade pelas plantas e à baixa disponibilidade natural do mineral por aqui, torna-se necessário a reposição do mesmo, por exemplo com a adubação. Assim, em solos tropicais, é comum a aplicação de fertilizante fosfatado em altas doses, bem acima das necessidades das plantas.

“Isso se deve à alta fixação do fósforo no solo, resultando em baixo teor dele disponível na lavoura. Como grandes quantidades aplicadas do mineral, via fertilizantes, não são aproveitadas pelas plantas, a eficiência do uso desse insumo na agricultura brasileira é muito abaixo do desejável, ficando entre 15 a 50%”, explica o doutor.

“Aumentos nos preços dos fertilizantes impactam negativamente nas exportações do agronegócio brasileiro, tornando o produto nacional menos competitivo, uma vez que a maior parte do custo de produção deriva do preço do fertilizante importado”, salienta Reis. A produção nacional de concentrado fosfático, em 2019, foi de apenas 5,3 milhões de toneladas, historicamente inferior à demanda.

Mercado de orgânicos cresce 12% em 2021

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Depois de alcançar um significativo salto de 30% em 2020, o mercado brasileiro de produtos orgânicos fechou o balanço de 2021 com notícias animadoras. Mesmo vindo desse crescimento de consumo considerado “fora da curva” em um ano atípico como 2020, o aumento em 2021 chegou a 12%, segundo dados da Organis – Associação de Promoção dos Orgânicos que congrega os diversos tipos de empreendedores do setor.

“Não chegou a ser uma grande surpresa, pois já tínhamos uma projeção bem próxima desse número, mas foi ótimo vê-la concretizada, apesar da conjuntura social e econômica difícil e levando em conta que já vínhamos de um avanço de quase um terço no ano anterior”, diz Cobi Cruz, diretor executivo da Organis.

Dados atualizados comprovam o vigor do segmento, que movimentou cerca de R$ 6,5 bilhões em 2021. O melhor, revela Cobi Cruz, é que esse faturamento está ainda bem longe de esgotar as possibilidades do mercado brasileiro dos produtos saudáveis, naturais e amigáveis ao meio ambiente. “Além do grande horizonte no consumo interno, a exportação é um imenso campo ainda a ser melhor trabalhado”, explica Cobi.

Para se ter uma ideia deste potencial e das possibilidades abertas por ele, basta observar que o Brasil ocupa menos de 1% deste robusto mercado global, que movimenta perto de 145 bilhões de dólares por ano.

“É muito pouco para um país com a tradição agrícola e exportadora do Brasil”, explica Ming Liu, diretor institucional da Organis e com grande conhecimento em comércio exterior de orgânicos do Brasil. “Daí a importância vital de uma entidade como a Organis, cujos associados trabalham juntos na promoção do setor em moldes profissionais”, completa Ming. Para ele, a riqueza do clima e da variedade de biomas são um gigantesco ativo brasileiro e que nenhum outro país possui.

“Precisamos fazer, e bem-feita, a lição de casa, para podermos aproveitar essa vantagem competitiva”, acrescenta Cobi Cruz, adiantando que a Organis está desenvolvendo ferramentas em parceria com outras entidades para estender suas atividades internacionais. “Essa foi a nossa origem e vamos voltar a ela, depois de um período dedicado em especial ao fortalecimento do mercado interno dos orgânicos, que é a base para o global”, diz o diretor. “A Organis foi inovadora em vários sentidos, praticando e difundindo as mais modernas ferramentas de marketing, comunicação, design, e-commerce, propaganda, relacionamento entre associados e consumidores” conta Cobi, acrescentando entre essas conquistas a realização de pesquisas de mercado, antes inexistentes no setor. Em 2021, por exemplo, a Organis realizou a sua terceira grande pesquisa nacional de comportamento dos consumidores em relação aos orgânicos, que pode ser acessada clicando aqui.

Além disso, para conhecer a visão dos orgânicos e suas perspectivas a respeito de 2022, a Organis realizou estudos, levantamentos, enquetes e diversos encontros virtuais, ouvindo representantes da agricultura, indústria, serviços e comércio de todo o país e chegando a uma expectativa média ponderada de 10% de crescimento para esse ano. “Com o cenário de guerra, inflação global, pandemia, ano eleitoral, fica um pouco mais difícil cravar um número. Mas acredito que o avanço deve ser um pouco maior, entre os 12 e os 15%”, finaliza Cobi Cruz, salientando o expressivo aumento de empreendimentos orgânicos cadastrados no Ministério da Agricultura, que ultrapassou as 25 mil unidades produtivas em 2021, um salto de 11% em relação a 2020.

Cotações

Dólar: R$ 4,67

Saca da soja: R$ 181,50

Saca de milho: R$ 88,00

Arroba do boi: R$ 330,00

Litro do leite: R$ 2,01

FONTE/CRÉDITOS: Clic RDC

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