A Paróquia São João Batista, de Irani, no Oeste catarinense, recebeu nesta terça-feira, dia 9, uma relíquia de São Carlo Acutis, jovem italiano canonizado pela Igreja Católica em missa celebrada no Vaticano. Ele é reconhecido como o primeiro santo da geração millennial, formada por pessoas nascidas entre 1981 e 1996, e também o primeiro canonizado pelo papa Leão XIV, eleito em maio deste ano, em sucessão ao papa Francisco.
Uma comitiva religiosa do município viajou até Assis, na Itália, onde recebeu fios de cabelo de São Carlo Acutis. O grupo, liderado pelo pároco de Irani, Gilberto Boçon, participou da canonização realizada no dia 7 de setembro e buscou oficialmente a relíquia nesta terça-feira. O retorno ao Brasil está previsto para o dia 13, sábado.
"Foi uma grande graça para nós", disse o padre ao Oeste Mais. "Esse é um momento importante que a gente vai levar, esse sinal de fé, de piedade para toda a juventude da nossa cidade", completou.
Em Irani, uma capela foi preparada em homenagem ao santo dentro do salão paroquial, em frente às salas de catequese. Nos dias que antecederam a canonização, os fiéis participaram de uma novena dedicada a Acutis. A relíquia ficará exposta diariamente na igreja matriz e, no próximo dia 20 de setembro, será entronizada e abençoada em missa presidida pelo bispo diocesano, Dom Mario.
De acordo com o padre Gilberto, a devoção ao santo na comunidade começou a partir da construção de uma pequena capela voltada às crianças da catequese. A escolha do padroeiro buscou inspiração na juventude.
"É um santo que morreu jovem com 15 anos de idade, alguém que cuidou muito dos jovens também durante a sua vida e procurou fazer com que os jovens se aproximassem de Deus”, explicou o pároco.
Para o sacerdote, receber a relíquia representa uma graça especial para a comunidade. “Recebemos alguns fios de cabelo de São Carlos Acutis, que já estão conosco. [...]. Nós vamos entronizar as relíquias oficialmente na igreja que ficarão para veneração de todos os fiéis que quiserem vir, rezar, pedir a intercessão”, destacou.
A partir do dia 20 de setembro, a capela poderá ser visitada com agendamento prévio pelo telefone da paróquia: (49) 3432-0054.

Quem foi Carlo Acutis
O jovem foi declarado Venerável no verão de 2018 e beatificado pelo Vaticano em 2020. O reconhecimento da santidade veio a partir de dois milagres atribuídos a ele, primeiro em vista da beatificação e depois da canonização.
O primeiro ocorreu em 2010, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, quando Matheus Lins Vianna, então com 6 anos, foi curado de uma grave malformação no pâncreas após orações diante da imagem de Carlo, na Capela São Sebastião. O segundo refere-se à sobrevivência e rápida recuperação de uma mulher da Costa Rica, que estudava em Florença, na Itália, após sofrer um grave acidente em 2022.

O milagre no Brasil
Desde a morte de Carlo Acutis, o padre Marcélo Tenorio, da Paróquia São Sebastião, em Campo Grande, passou a celebrar uma missa anual de Nossa Senhora Aparecida com a exposição de uma roupa que teria sangue do italiano, classificada como relíquia.
Em uma dessas missas, no dia 12 de outubro de 2010, um avô desesperado com o diagnóstico do neto doente o levou até a paróquia. Segundo a família, a criança foi curada após tocar a vestimenta.
“Em fevereiro de 2011, a família mandou fazer novos exames no garoto e foi-lhe constatado a plena cura”, comentou o padre em uma publicação nas redes sociais ainda em 2019.
Documentário
Com 47 minutos de duração, um documentário brasileiro disponível no canal do YouTube Minha Biblioteca Católica (MBC) dá detalhes sobre o agora Santo Carlo Acutis (assista abaixo).
Gravado em março, em Milão e Assis, o filme reúne depoimentos de quem conheceu o menino de perto — professores, sacerdotes, familiares e amigos — e cenas nos locais marcantes da sua trajetória.
“O que mais impressiona é que todos com quem conversamos destacam a normalidade de Carlo. Ele levava uma vida comum — e é justamente isso que nos inquieta. O média-metragem tem como foco mostrar que a santidade é acessível a todos, aqui, agora e em qualquer lugar”, afirma Matheus Bazzo, fundador da Minha Biblioteca Católica.


