A mãe da menina de 14 anos que foi agredida por uma professora em uma escola municipal de Vargeão na última semana relatou que a filha foi empurrada e chegou a cair no chão. Diagnosticada com autismo grau 3, a adolescente não fala e passou a demonstrar mudanças de comportamento e se recusar a frequentar as aulas, segundo a mãe.
De acordo com o relato da mulher, as agressões teriam ocorrido em dois dias distintos, dentro da sala de aula e também no refeitório da instituição, situação confirmada por ela através de câmeras de segurança da própria escola onde a menina estuda. Conforme a mãe, a adolescente, que frequenta a turma do 6º ano no período da tarde, foi empurrada e chegou a cair no chão.
“Consegui ver as imagens. Não foi apenas tapa na mão, foi empurrão que ela cai no chão. Foram muitos momentos agressivos da parte da professora, muitos!”, afirmou.
A mulher contou que ficou sabendo da situação após receber uma denúncia e decidiu verificar as câmeras de segurança da escola. “Mas teve muito mais coisa, pelo tanto que ela está nervosa para ir à escola”, disse. “Minha filha está com problemas emocionais muito graves, por conta do que sofreu esses meses com essa professora”.
De acordo com a mãe, as imagens mostram a educadora empurrando e puxando a adolescente com força.
“Eu não consigo explicar o quanto cada puxão doeu nela, porque doeu em mim, imagina nela”, desabafou a mãe.
A mulher também afirmou que a professora, que deveria auxiliar a estudante durante as atividades, não prestava o suporte necessário. “Minha filha precisa dela para começar uma atividade, e ela em nenhum momento deu para ela, ficou o tempo todo com a mochila nas costas. A professora não auxiliou em nada, mas ela estava no celular o tempo todo”, disse.
A mãe registrou um boletim de ocorrência e deve prestar depoimento ainda nesta quarta-feira, dia 8, na delegacia.
Entenda o caso
Uma professora da rede municipal de Vargeão foi afastada das funções na última semana, suspeita de agredir uma aluna. Inicialmente, a denúncia indicava que a educadora teria dado tapas na mão da estudante, mas a mãe afirma que as agressões foram mais graves.
Em uma portaria pública na última quarta - feira, dia 1º, a Prefeitura de Vargeão informou que instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar a conduta da servidora por possíveis atos “indisciplinares e incompatíveis com a função”.
O documento determinou o afastamento cautelar da professora por 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período ou até o término do processo. A medida vale apenas para as 20 horas referentes ao aumento temporário de carga horária da educadora, especificamente na turma em que atuava como segunda professora.
Durante o afastamento, a servidora continuará recebendo remuneração e mantendo as demais atribuições do cargo efetivo. A administração municipal informou que o caso segue sendo acompanhado, mas que não serão divulgados mais detalhes por envolver uma menor de idade.
