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Esquema milionário de fraudes fiscais é alvo de operação em SC e outros três estados

Foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão.

Esquema milionário de fraudes fiscais é alvo de operação em SC e outros três estados
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Grupo criminoso é investigado por fraude fiscal, sonegação tributária, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documentos falsos no comércio eletrônico (Foto: Divulgação)

A Operação Mercado de Pandora foi deflagrada nesta terça-feira, dia 16, contra uma organização criminosa responsável por um esquema de fraude fiscal e sonegação de impostos no comércio eletrônico. O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) agiu em apoio à 6ª Promotoria de Justiça da Comarca de Chapecó - Promotoria Regional da Ordem Tributária.

Foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 44 de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Alagoas, além de ordens de bloqueio de bens e valores de 38 pessoas físicas e 31 jurídicas. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Estadual de Organizações Criminosas e cumpridas nas residências e empresas dos investigados.

Durante o cumprimento dos mandados, uma pessoa foi presa em flagrante pelo porte de munições de calibre de uso restrito. Um simulacro de arma de fogo também foi apreendido.

  • Mandados cumpridos em SC
  • • Campo Erê
  • • Joinville
  • • Mafra
  • • São João Batista
  • Mandados cumpridos no PR
  • • Francisco Beltrão
  • • Apucarana
  • • Foz do Iguaçu
  • • Marmeleiro
  • • São Jorge do Oeste
  • Mandados cumpridos em AL
  • • Maceió
  • Mandados cumpridos em SP
  • • Limeira
Ordens judiciais foram expedidas pela Vara Estadual de Organizações Criminosas (Foto: Divulgação)

O grupo criminoso é investigado por fraude fiscal, sonegação tributária, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documentos falsos no comércio eletrônico. O valor estimado de sonegação, segundo o fisco estadual, é de aproximadamente R$ 45 milhões. Já o montante total solicitado para bloqueio judicial de ativos chega a R$ 227,6 milhões.

A ação foi coordenada pelo Gaeco, do Ministério Público de Santa Catarina, e apoiada pelos Ministérios Públicos e forças de segurança dos quatro estados. O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), vinculado à Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), prestou suporte técnico especializado.

A atuação do Ciberlab se deu por meio do Núcleo de Operações em Criptoativos, na identificação, rastreamento e apreensão de ativos virtuais movimentados pela organização criminosa. O trabalho do Ciberlab foi fundamental para mapear as transações financeiras digitais ligadas ao esquema de sonegação e lavagem de dinheiro.

Investigações

As investigações revelaram um sofisticado esquema de evasão fiscal estruturado em torno da venda de smartphones por meio de marketplaces. O grupo utilizava empresas de fachada registradas em nome de terceiros, conhecidas como noteiras, para emitir notas fiscais eletrônicas fictícias, permitindo a comercialização dos produtos sem o recolhimento de tributos. Após atingir altos volumes de venda, as empresas eram desativadas e substituídas por novas, dando continuidade ao ciclo criminoso.

Além dos prejuízos aos cofres públicos, o esquema promovia concorrência desleal no setor varejista de tecnologia e dificultava o rastreamento contábil.

A operação também contou com o apoio da Fazenda Pública Estadual de Santa Catarina, em razão do interesse fazendário nos atos ilícitos.

Mercado de Pandora

O nome da operação faz referência ao mito grego da "Caixa de Pandora", simbolizando um ambiente inicialmente legítimo que, ao ser desvendado, revelou um esquema complexo de fraudes fiscais e dissimulação patrimonial. Assim como no mito, o "mercado" investigado escondia graves ilícitos sob aparência de legalidade.

As investigações seguem em curso, sob sigilo. O Ministério Público relatou que novas informações poderão ser divulgadas à medida que houver autorização judicial.



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