O Brasil começou a testar uma nova técnica promissora no combate ao câncer de mama, e dez centros de saúde do estado de São Paulo fazem parte dessa etapa decisiva. Entre eles está o Hospital de Amor, em Barretos (SP), referência nacional no atendimento oncológico. A iniciativa integra um estudo de fase 3, quando o tratamento é analisado em larga escala para confirmar segurança e eficácia.
O procedimento estudado é a crioablação, que utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e destruir as células tumorais no seio. A técnica, que já mostrou bons resultados em fases anteriores, pode representar uma mudança importante no tratamento de tumores iniciais e pequenos.
A pesquisa é coordenada pelo Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e reúne universidades, hospitais especializados e centros de referência em saúde da mulher. A expectativa é avaliar o impacto de um método menos invasivo, mais rápido e com potencial para melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta a doença.
O que é a crioablação
A crioablação é realizada com uma sonda fina, guiada por ultrassom, que congela o tumor e provoca a morte das células afetadas. Segundo o mastologista e pesquisador Idam de Oliveira Junior, o procedimento forma uma espécie de “bola de gelo” ao redor da lesão, destruindo o tecido doente.
O especialista explica que o método é considerado menos agressivo que a cirurgia tradicional. A intervenção é feita com anestesia local, dura cerca de uma hora e permite que a paciente deixe o hospital no mesmo dia, em regime ambulatorial. A recuperação tende a ser mais tranquila, com menos dor e retorno mais rápido às atividades.
Estudos anteriores indicam que a técnica é especialmente eficaz em tumores iniciais, menores de 2 cm e com indicação de cirurgia como primeira etapa do tratamento.